sexta-feira, 9 de maio de 2008

David&Gillian - O Retorno de Jedi



Amém. É o final da saga. Seja lá o que eu esteja escrevendo; saga ou não-saga termina com este post, que será enorme, cheio de coisinhas, e, espero eu, informativo e preciso. Se você não gosta do que eu escrevo, NÃO LEIA. Sério, nem venha me encher, reclamando da minha ‘parcialidade’, ou do meu ‘fanatismo religioso’. Eu sei que eu sou parcial, eu sei, mas eu tento não o ser quando estou dando uma informação. Para os que consideram minha parcialidade um grande defeito, eu sinceramente me desculpo, só que, como já falei, eu não sou jornalista, sou estudante de direito, infelizmente, minha paixão por algumas coisas fala mais alto às vezes. A estes peço desculpas, entretanto, quanto aos que me mandam e-mails, ou escrevem nos comments que eu sou movida por fanatismo, tome esta: fanática é a sua mãe.
Se, SE eu escrevi alguma coisa que não seja verdade, que esteja incorreta, sinta-se livre para me avisar, mas com educação, POR FAVOR, pois a minha mãe me ensinou a tratar as pessoas com educação, se a sua não te ensinou, eu vou te responder da mesma maneira, se você me ofender. Pois eu aprendi sozinha a ser grossa quando eu preciso. ;)
Enfim, vamos ao que interessa?





Ok, eu parei na época do filme. Posso dizer que o filme foi meio que um divisor de águas para Arquivo X. estreou em 1998, foi um sucesso de bilheteria, faturando mais de 180 milhões de dólares no mundo inteiro. Nada mal para uma série de tv, certo? Entretanto, nos bastidores, a coisa estava muito feia. Antes do filme estrear, desde o fim da quarta temporada, David Duchovny vinha fazendo enorme pressão (inclusive publicamente) em Chris Carter, FOX e cia para que as filmagens da série fossem transferidas para Los Angeles. As alegações de David cresceram depois de seu casamento com Tea, ele começou a reclamar da distancia de sua esposa, fazia piadas sobre canadenses em entrevistas (inclusive uma infame de conotação sexual sobre as milhagens aéreas que ele acumulou entre Los Angeles e Vancouver). Enfim, David fez um lobby ferrenho para mudar de Vancouver para Los Angeles, inclusive ameaçando sair da série se assim não ocorresse. O que ocorria nos bastidores, era que David, que finalmente vira seu contrato de cinco anos com a série chegar ao fim, assinando por mais dois anos, por um salário (diz-se) de 110.000,00 dólares por episódio. Porém, a grande sacada do contrato de David, foi que, ele adicionou uma cláusula em que, SE a série continuasse a ser filmada em Vancouver depois da quinta temporada, ele poderia decidir se iria ou não aparecer na temporada inteira, podendo escolher atuar em apenas oito episódios de cada uma das temporadas para as quais estava assinando. Juntando isto, ao fato de ele ter insinuado em algumas entrevistas que poderia não retornar à quinta temporada (devido ao eminente fim de seu contrato), tornou-se dramático para os fãs o fato de Fox Mulder “morrer” no derradeiro episódio da quarta temporada, “Gethsemane”. Devido à confusão criada, ninguém tinha certeza se ele iria ou não retornar para interpretar nosso Agente favorito, tendo o episódio inicial da quinta temporada, “Redux I” sido o de maior audiência de toda a historia da série, chegando aos 27 milhões de telespectadores.



É claro que as declarações de DD eram arroz de festa para conseguir o que queria. E ele conseguiu. Assinou um contrato vantajoso, enquanto Chris Carter começou a mostrar suas garrinhas também. Com a sombria cláusula no contrato de David, um desconhecido ator chamado Chris Owens (que interpretara o Canceroso mais jovem em episódios anteriores e o Grande Mutato no clássico “Prometeu Pós Moderno”) fora incluído no elenco como o agente Jefrey Spender, que apareceria em alguns episódios da quinta temporada, e,quando ele foi contratado para oito episódios da sexta temporada, muitos afirmavam que sendo assim, o programa continuaria a ser filmado em Vancouver, e Owens seria um ‘substituto’ nos episódios que Mulder não estivesse. É importantíssimo relembrar que Arquivo X foi um dos primeiros a descobrir as vantagens de filmar em Vancouver, devido aos incentivos fiscais do Canadá serem melhores que nos EUA (bem mais vantajosos naquela época, hoje, ainda o são, mas um pouco menos), e dos arredores da cidade parecer praticamente com todos os lugares da terra do Tio Sam, além da série gerar uma centena de empregos. Portanto, o que estava em jogo não era apenas uma mudança de ambiente. Estava a transferência de uma série de extremo sucesso para um local onde ela custaria mais para ser produzida, com o adendo de deixar centenas de pessoas desempregadas. Nesse ínterim, talvez temendo que sua chantagem contratual pudesse ser contornada, e ele tivesse que engolir o orgulho de ter perdido a chantagem, aparecendo à sua escolha, em oito episódios das sexta e sétima temporadas (ou nelas inteiras), foi aí que David começou a fortalecer seu discurso de mudança de ambientes, obviamente convencendo Gillian a unir-se a ele no pedido. Que fique claro, os contratos de Gillian e David sempre foram separados, como eu disse em outros ‘capítulos’, eles nunca se uniram como o povo de “Friends”, portanto, o contrato de Gillian foi bem menos vantajoso neste aspecto. Para conseguir o valor que queria (diz-se que ela conseguiu 100.000,00 por episódio, dez mil à menos que David), ela teve que assinar para as sexta e sétima temporadas, com o adendo de que, se houvesse uma oitava, ela estaria nela. Entretanto, Gillian admitia publicamente (mas não enfaticamente, como Duchovny fazia) que seria legal morar em Los Angeles, tendo acesso à cena hollywodiana para tentar mais papéis em filmes. Foi sempre um consenso comum de que David pediu a ela que o fizesse, e ela cordialmente o ajudou. O que pegava, entretanto, é que outro grande motivo (além da mulher) para David mudar-se de vez para Los Angeles era justamente a cena hollywodiana, visto seu enorme interesse em se tornar um novo George Clooney (lembrem-se que o gatão GC veio da série E.R.). Enfim, Jefrey Spender foi introduzido no episódio duplo “Patient X/The Red and The Black”, à sugestão do próprio Duchovny, que gostara do trabalho de Owens como o jovem Canceroso, e Chris Carter criou Spender, o filho do Canceroso, como um contraponto para Mulder, um antagonista. É aqui que entra minha opinião extremamente pessoal: eu não acredito que os planos eram afundar Spender desde o inicio, como já foi amplamente dito centenas de vezes. Acredito que CC testou uma teoria, e ela falhou. Se o personagem ganhasse a simpatia do público, ele talvez até não tivesse cedido à chantagem de David, já que o teria obrigatoriamente por pelo menos oito episódios. O que me intriga é em como Chris Carter pode ter pensado que um personagem como Jeffrey Spender conseguiria fazer um antagonista à altura de Fox Mulder e ainda ser amado. Em primeiro lugar, Chris Owens não tem um pingo de carisma, tampouco boa estampa. Ao contrário de William B. Davis (Canceroso) que, apesar de ser o mal encarnado na série, transmitia aquela áurea maldosa com um charme magnífico, Owens era pálido, não saltava aos olhos, diante de um Fox Mulder apaixonado, determinado, carismático e charmoso como só David Duchovny sabe fazer, era impossível não perceber quem ia terminar ganhando. Fora que, o próprio personagem em si é um saco. O ódio mortal dele por Mulder se apresenta meio sem sentido, e a personalidade covarde de Spender passa um sentimento de pena e desgosto ao se comparar à corajosa personalidade de Mulder. O personagem Spender não tinha calibre ou força para substituir um Fox Mulder, e o ator Owens não tinha empatia ou carisma para substituir um David Duchovny. E o que aconteceu? Bem, é claro, como sabemos, foi feita a vontade do todo poderoso Sr. Duchovny. Mas não sem muita coisa negativa ser dita sobre seus desmandes chantageosos. Eu me lembro de ver uma matéria sobre isto em que uma jornalista loira dizia “Nós estamos falando de um homem que acabou com centenas de empregos simplesmente porque ele quis que as coisas fossem do jeito que ele desejava. Simplesmente porque ele queria”.




Depois de todo esse bafafá, veio o filme, que fez sucesso, e a produção de Arquivo X deu inicio ao seu sexto ano no segundo semestre de 1998. E não começou bem. A audiência começou a cair, ao que a aclamada mitologia da série começava a ficar cada vez mais confusa. Com alguns episódios excelentes (“Triangle”, “Dreamland I e II”, “How The Ghosts Stole Christmas”), a sexta temporada também conseguiu ter episódios considerados alguns dos piores de toda a historia da série (“Água Mala”, “Alpha”, “Trevor”), com isso, a audiência começou a cair. Culpavam inclusive a mudança de Vancouver para L.A., além de superexposição da série (que esteve presente em tudo, com a quinta temporada, filme e incontáveis reprises da série), o show alcançou uma baixa audiência inesperada para a menina dos olhos da FOX. Fora que, para completar, em agosto de 1999, logo no inicio das filmagens da sétima temporada, David Duchovny abriu um processo contra a FOX.




Sim. David processou a FOX (CORREÇÃO: acusou Chris Carter, mas ele não estava no processo, desculpem, eu coloquei mal e ficou parecendo que ele processou CC, mas ele apenas alegou que CC ajudou a FOX a roubar $$$ dele, o que FOI VERDADE) na quantia de 25 milhões de dólares, pois de acordo com David, a FOX vendeu episódios da série para suas próprias companhias filiadas por um preço abaixo do mercado, com isto então, reduzindo os ganhos que ele, contratualmente, tinha direito sobre as exibições. Trocando em miúdos: Arquivo X é vendido para canais do mundo inteiro, mas a FOX vendia para suas próprias filiais ao redor do mundo, por um preço menor e pouco competitivo, não perdendo nada, pois está vendendo a série para si mesma. Porém, as pessoas que tem direito aos ganhos sobre a venda, perdem, pois, se a FOX vendeu para si mesma por um preço abaixo do mercado, a percentagem em ganho para quem recebe uma parte da venda é menor, tendo essas pessoas prejuízos de milhões de dólares. O pior é que, além de David acusar a FOX disto, ainda afirmou que Chris Carter concordou com o que a FOX fez em troca de 4 milhões de dólares por fora, e o direito de desenvolver pelo menos 13 episódios de sua nova série na época “Harsh Realm”. Obviamente houve um rompimento entre David e Chris, que ficaram um longo tempo sem se falar. Isto foi confirmado por Chris, por David e até mesmo por Gillian em algumas entrevistas, depois que a briga acabou. Chegou-se a comentar que o clima era insuportável. Quando a sétima temporada começou a chegar ao fim, os atores começaram a afirmar que estavam exaustos, e em diversas entrevistas, Gillian dizia pessoalmente não acreditar que houvesse uma oitava temporada, apesar de confirmar que tinha contrato assinado para a mesma, enquanto David e Chris afirmavam não saber se haveria nova temporada para eles, pois não tinham assinado contrato alguma ainda. Foi aí que houve outra grande sacada da parte do Sr. Duchovny. Com a faca e o queijo na mão (“Ei, eu não tenho mais contrato, mas eu tenho um processo contra vocês, me dêem minha grana que vocês roubaram e eu faço alguns episódios, ok?”), e Chris assinou também para nova temporada. David fechou o acordo fora dos tribunais em maio de 2000, por 20 milhões de dólares, e então, começou um novo calvário para os fãs. A cada entrevista que ele dava não se sabe por que, David dizia uma coisa. Primeiro foi dito que ele faria 11 episódios da oitava temporada. Depois ele mesmo apareceu em uma entrevista na tv dizendo que seriam 6. Depois ele afirmou que na verdade seu contrato era por três meses de trabalho, e não por episódio, enquanto comentava-se que ele exigira o privilégio de escolher em que episódios iria aparecer. Nas mesmas entrevistas, e em diversas outras, DD dizia que a qualidade da série caíra, e que a sétima temporada tinha sido horrorosa (algo que não concordo, de horroroso a sétima temporada teve muito menos episódios ruins que a sexta, inclusive, um dos piores episódios da sétima temporada, que tem um roteiro sem pé nem cabeça, apesar de umas ceninhas cute, pra mim, é justamente “Hollywood A.D.”. E quem foi mesmo que escreveu e dirigiu aquela coisa?). Comentava-se que a FOX oferecera a cifra de UM MILHÃO DE DÓLARES por episódio a David e ele recusara. Eu duvido muito que tenha chegado à esta quantia, mas estima-se que no final ele tenha fechado de 350.000,00 a 400.000,00 dólares por episódio. Esta enorme contenda prejudicou em demasiado a imagem de David perante os fãs naquela época, e eu posso afirmar a vocês que foi aí a MINHA gota dágua, foi nessa época que meu respeito por DD foi embora de vez. Tanto que, depois de perceber o quão negativa toda essa lenga lenga ao redor de seu retorno ou não à série, ele se preocupou em mudar o discurso displicente com os fãs e afirmar em entrevistas que o problema nunca foi dinheiro, e que na verdade ele estava cansado e desgastado de tantos anos interpretando o personagem e aquela desculpa de sempre. Na verdade, o que David estava fazendo, era um marketing para si mesmo, afinal, ele não queria estar em todos os episódios da nova temporada, mas também não queria perder seu grande filão, tentando assim valorizar sua presença na série. E isto provocou uma verdadeira ‘terceira guerra mundial’ entre os fãs. Ai, como eu me lembro gente! Quanto bafão, quanta briga! Uns dizendo que o David estava certo, que a FOX tinha que ter acabado com a série na sétima temporada, que não existia mais Arquivo X, outros falando que Gillian e Chris eram mercenários pois continuaram na série que já tinha que ter acabado por dinheiro (!!!!!!!!! Kkkkkkkkk, e o David tinha trabalhado nela porque? Pelo seu bom e nobre coração?), outros defendiam Gillian, defendiam a série, uns odiavam o Dogget, que ele nunca iria substituir o Mulder, enquanto outros gostaram dele. Muita gente boicotou a série, dizendo que não a assistiria. O que se transformou em verdade foi uma entrevista que William B. Davis deu, dizendo que David apareceria nos dois primeiros episódios da oitava temporada, e depois somente nos oito últimos, que foi o que praticamente aconteceu, se não contarmos as aparições curtas dele em “Per Manum” e “The Gift”.



Apesar de toda a controvérsia em torno da oitava temporada, não podemos dizer que é uma temporada ruim. Pessoalmente, acho Robert Patrick um ótimo ator, e, me lembro bem que no início eu não aceitava a ‘substituição’ de Mulder, ainda que eu soubesse que a culpa era de David, e eu chamava o Dogget de “Esqueleto do He-Man”. Porém, ao contrário de Jeffrey Spender, John Dogget é um cara que a gente consegue curtir depois de conhecer melhor. Ele tinha um background sofrido, cético (ver Scully fazendo as vezes de crente é um prazer). Porém, apesar de tudo isto, apesar de ter alguns dos monstros da semana mais assustadores da série (foi só eu ou você também ficou com medo de sair no corredor escuro da sua casa depois de assistir “Badlaa”, com aquele anãozinho no ‘rolimã’,com aquelas rodinhas fazendo aquele barulho assustador?) eu confesso que falta ELE. É, ele. Quando ELE volta, ainda assim é meio estranho, e acredito que o único momento da oitava temporada quando ELE está nela que eu realmente sinto que é ELE, é quando Scully está olhando para o rosto dele na cama de hospital de “Dead/Alive” e ele brinca com ela perguntando “Quem é você?”. Sério. Eu não sinto que é ele, parece que houve um abandono de corpo, não sei se é o roteiro, não sei se é David fazendo as coisas de má vontade, mas eu não sinto o Fox Mulder que conheço e amo nos episódios seguintes à "Dead/Alive". Talvez o sinta um pouquinho em "Alone", mas ainda assim, é uma sensação estranha. Chris Carter iria responder: "C'mon! É uma série de tv. Fox Mulder não é real" Ok, ok, Chris, eu sei. Mas eu conheço o Mulder e aquele lá anda, fala, e é a cara dele, mas em algum ponto, não é ele. Mas esqueçam isso, esse pensamento é meu, e em relação a este assunto eu sou realmente doida, não nego. Portanto, voltando ao que interessa.Eu acho que a Gillian deve ter xingado todos os palavrões que nós conhecemos e os que nós não conhecemos quando ela viu que teria que fazer a nona temporada também. Eles a encheram de mimos durante a oitava, e não foi diferente na nona. Ela tinha mais tempo com sua filha, um salário bom (eu realmente não sei quanto, mas saibam que processo contra a FOX, chantagem, etc... nada daquilo foi parar no bolso dela, pois ela não estava envolvida), enfim.



Outra coisa que é interessante lembrar, é que justamente nesta época, a Gillian conseguiu um dos maiores êxitos em sua carreira: ela foi protagonista de um filme chamado “House of Mirth” (A Essência da Paixão no Brasil) dirigida pelo legendário Terence Davies, que a contratou sem fazer idéia de quem ela era e do sucesso que tinha em uma certa parcela do publico, e recebeu milhões de elogios, sendo considerada até mesmo, uma forte concorrente para ser indicada ao Oscar. Até hoje muitas pessoas a incluem em listas de esnobadas absurdas, pois Gillian em sua atuação primorosa da azarada Lilly Barth, dentro de um filme de roteiro tão bem adaptado, merecia estar entre os indicados à estatueta dourada. É interessante notar este contraponto, pois, ainda fazendo a série, Gillian conseguiu a atenção e prestigio que David queria e que o motivou a sair do seriado. Que coisa né?
Veio a nona temporada, Mulder era um fugitivo do FBI, o filho paranormal de Scully e a patota dos super soldados realmente não convenceram ninguém. Apesar dos esforços de Robert Patrick, e da adição de Anabeth Gish como a engraçada e estranha Mônica Reyes, que renderam alguns bons MOTW e cenas legais, acredito que a agora fraca e confusa mitologia, que chegou a um ponto em que nem os próprios personagens sabiam do que estavam falando, atingiu em cheio a série. De uma forma nada legal. Se os planos de Chris Carter era continuar com Arquivo X deixando Reyes e Dogget cuidando dos Arquivos X, ele talvez devesse ter traçado um plano mais elaborado e uma mitologia que se encaixasse com os novos personagens. Talvez o maior erro de Carter (e ainda assim, seu maior acerto) foi fazer os Arquivos X serem Mulder e Scully, e Mulder e Scully serem os Arquivos X. Se você assistir antigas entrevistas de Chris, datadas de 1995 ou 1996, você percebe suas frustradas tentativas de levar os Arquivos X para além de Mulder e Scully, como se eles fossem personagens meio que secundários...talvez secundário não seja a palavra certa, mas tipo, que os Arquivos X em si fossem o ator principal, e o resto estivesse lá para apoiá-lo, num tipo de E.R. do paranormal. Mas, depois de um tempo, Chris se rendeu ao que eu acho que ele não esperava: Mulder e Scully tomaram vida própria, e se tornaram os verdadeiros protagonistas. Honestamente, depois da terceira temporada, não eram os Arquivos X que realmente interessavam, mas sim a dinâmica entre os dois personagens, seus medos, anseios, seu relacionamento, sua ligação pessoal com alguns casos, sua alma. Eles tomaram o lugar dos Arquivos X, tornando-se mais importantes do que a própria série em si. Se Chris Carter quisesse evitar que isso acontecesse, deveria ter feito muitos anos antes da oitava ou nona temporadas, mas não acho que ele tenha pensado nisto na época que podia.



A culpa do fracasso em dar continuidade à série com novos personagens, não foi dos personagens, que na verdade foram muito bem escritos e interpretados, a culpa é sim do simples fato que eles não estavam fazendo uma série sobre investigação do paranormal, eles estavam fazendo a série de Mulder e Scully. E a série de Mulder e Scully sem Mulder e Scully é a mesma coisa de Friends sem Joey, Rachel, Ross, Mônica, Chandler e Phoebe: não existe. Achei a nona temporada super fraca, porém, ela tem dois episódios que me deixaram impressionada: 4-D e John Doe. Eu fiquei com ciúmes em 4-D, pois queria que Mulder e Scully tivessem feito aquele MOTW. Idéia PERFEITA. Enfim, David parou de dar tiro no próprio pé, e durante a nona temporada afirmou que se Gillian dissesse que aquela seria sua última temporada, ele voltaria como Fox Mulder para fazer o episódio final dela. O que ocorreu é que Arquivo X foi cancelado e aquela seria a última temporada da série em si. E ele retornou para o episódio duplo, que tentou consertar alguns erros, explicar algumas coisas inexplicáveis e dar um sentimento de ‘closure’ para os órfãos da melhor série de tv de todos os tempos. Eu posso dizer que, em “The Truth”, Fox Mulder estava presente do começo ao fim. Deu gosto de assistir.




Depois do fim da série, Gillian mudou-se de mala e cuia para Londres, na Inglaterra, e David ficou em Hollywood tentando conseguir seu próximo hit. Ele deu com os burros nágua diversas vezes, fazendo blockbusters fracassados de mau gosto (“Evolution”) ou comédias bonitinhas sem sucesso (“Return To Me”) ou pagando mico junto com estrelas do primeiro escalão e um diretor premiado (“Full Frontal”). Ele, que em 1999 teve sua primeira filhinha com Tea Leoni, depois de um tempinho, deu as boas vindas ao filhote Miller. Juntos, eles são uma típica família feliz, e David finalmente reencontrou o sucesso, vejam só, em uma série de tv, “Californication”.
Gillian mudou-se para Londres, comprou os direitos de alguns livros, estreou no teatro londrino com a alardeada “What The Night is For”, que não fez o sucesso esperado, mas lhe rendeu alguns ótimos reviews. Depois fez “The Sweetest Swing in Baseball”, uma ótima peça, super inteligente, que rendeu bons frutos a ela. Ela atuou em pequenos filmes, “The Mighty Celt” (pelo qual ganhou um premio irlandês), “Tristam Shandy”. Estrelou a minissérie “Bleak House”, sendo aclamada por todo mundo pela sofrida Lady Dedlock, pela qual foi indicada ao Emmy, Golden Globe, Bafta e outros prêmios. Gillian participou também do filme que deu o Oscar a Forest Wittaker, “The Last King of Scotland”, do diretor Kevin McDonald, de quem eu espero mais inclusões de G em seus filmes, já que ele parece genuinamente fascinado pelo talento dela. Na vida pessoal, G se casou em 2004 com o jornalista Julian Ozanne, para em 2006 se separar, arranjar um namorado, ficar grávida e ter um outro filho, Oscar (sim, Oscar).
Gillian se encontrou pouco com David desde que a série terminou, como ele mesmo disse em uma entrevista recente, mas de vez em quando, nas mensagens dela, ela citava ele, e parece que algumas vezes quando ela ia aos EUA ela se encontrava com ele (possivelmente discutindo o roteiro do filme de AX que nós sempre pensamos que nunca fosse acontecer).
Enfim, o relacionamento deles hoje é uma relação saudável de trabalho. Eles são muito diferentes um do outro, e a distancia e os acontecimentos na vida de cada um, os fez ainda mais diferentes. Mas, ainda assim, eu admiro estas duas pessoas. Eu admiro David pela sua espirituosidade, pela sua ambição, ele sempre vai atrás do que ele quer, e consegue o que quer.
Gillian é um caso à parte. Ela é um ser humano admirável, e eu ainda vou postar muito sobre o que admiro nessa baixinha talentosa.



Enfim, espero que o que eu escrevi tenha sido de valia para quem leu, e que eu tenha conseguido dar uma clareada nessas questões envolvendo nossos queridos atores. Se tiver ficado alguma coisa pra trás, não hesitarei em postar, mas, acho que nos próximos posts, posso até colocar algumas coisas, mas não me aprofundarei tanto em alguns fatos. Anyway, till soon.
Marke;)

7 comentários:

  1. Marke adoro seu blog, espero que você continue postando novidades sobre a GA, pois adoro ela.

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  2. Miga realmente escreveu hein?!
    kkkkkkkkkkkk Só deu para eu ler a metade, meu tempo está indo e perdi tempo procurando as fotos dos dubladores de Artquivo X para um post...
    Passa lá quando tiver um tempo...

    Semana que vem quando eu voltar, eu termino de ler. E esse david sinceramente...

    Bjim.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Você já viu as novidades do site oficial?? Veja....

    abraços...

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  5. Uau, adorei.
    Bom, pra mim foi de super valia como tudo que vc escreve, realmente me interesso muito em saber mais sobre a Gillian e consequentemente sobre o DD que querendo ou não faz parte da história dela.

    Eu tenho pra mim e não tiro da cabeça que rola uma grande tensão entre eles devido a um possível relaciomento mal resolvido. Pode ser que eles tenham tido um caso sim, alguém pisou na bola e ficou aí uma paixão recolhida. Enfim, é o que eu sinto, mas nunca saberemos.

    Bom, acho que o DD sem dúvidas é uma pessoa extremamente ambiciosa e me parece um pouco insatisfeito.
    Aí, sinto muito, ele tem que se resolver, realmente não foi legal processar e enfim, fazer dessas no lugar que lhe deu tudo.

    E outra coisa, Gillian ganhou menos, trabalhou mais, enfim, é 'foda' né. Ela deveria ter se sentido explorada, porém como sempre se mostrou uma pessoa muito bacana e com pés no chão. A Gillian tem uma coisa que não vejo em quase ninguém, ela é muito 'humana'. Ela é tão simples, tão compreenssiva e é isso que a difere em tudo e que garante seu sucesso. É por isso que ela sempre vai conseguir mais destaque que o DD, porque destaque não é o que ela busca.

    Enfim, adóóóóóro essa mulher, espero vê-la inspirada e me inspirando sempre, porque ainda tem muita coisa pra ela conquistar e eu falo do Oscar sim, pq acredito que ela mereça e o mundo tb precisa ver pessoas com essa força, essa vontade e essa humildade ganhando prêmios grandes assim.

    É isso, escrevi super.
    Beijão Markee!

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  6. Eu nunca disse que o David processou o Carter, ele ACUSOU o Carter de compactuar com o que a FOX fez. Não disse que ele estava errado, afinal de contas, a FOX realmente agiu de má fé.
    Aqui alguns links que falam das acusações dele contra Carter:
    http://www.x-files.gr/edavid.htm

    "Duchovny also claims that ''X-Files'' creator Chris Carter was complicit in the plan to shrink the actor's take (although Carter is not named in the lawsuit). Duchovny says that Fox secretly paid Carter ''millions of dollars in 'hush' money'' and gave him a 13-episode commitment for a new series just to ignore the lowballing syndication deal."

    http://www.ew.com/ew/article/0,,84589,00.html

    E do mal é você. Olha a forma como vc se referiu à Gillian... coisa feia..

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  7. Terminei de ler essa matéria!!
    Nem prciso colocar o quão euforica estou pelas novidades, hien?!

    E nem ligue para que essas pessoas sem informação escrevem...

    Bjim.

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