terça-feira, 13 de novembro de 2007

A BELEZA e A BELEZA



Ugly Betty – Pilot

Eu já fui uma fã ardorosa de novelas mexicanas. Quando adolescente as Marias da Thalia e a Usurpadora da Gaby Spanic fizeram minha cabeça. Até mesmo As Chiquititas conquistaram a mim, e ao meu irmão. Mas não tem uma novela mexicana melhor que uma que assisti em 1998 se não me engano: Coração Selvagem. O plot da novela é simples e bem montado, fala de um pirata, Juan Del Diablo que se apaixona por uma jovem malvada e bonita, mas acaba se casando com sua irmã, bondosa e ‘feia’, como vingança pela traição que a irmã malvada aprontou. Sentiram o drama? É claro que a irmã ‘feia’ se transforma em uma beleza e o pirata se apaixona por ela, depois de percalços e dramalhões, eles vivem felizes para todo o sempre. Aí você me pergunta: O que isso tem a ver com Ugly Betty? No que eu te respondo: EVERYTHING BABY!
Ugly Betty, ou, Betty, A Feia, é uma série de tv americana baseada num plotline totalmente mexicano (*do jeito latino de se fazer novelas), e, pasmem, numa novela COLOMBIANA! Novela qual, já foi adaptada em mais de dez países diferentes, ganhando, em 2006, a adaptação para série de tv nos Estados Unidos, conseguindo enorme sucesso.
No mundo de Ugly Betty, o plot é o mesmo das novelas mexicanas. Existe uma mocinha pobre, mas inteligente (geralmente as mocinhas são lindas, mas, no caso da franquia Betty, ela é feia, como na historia do Patinho Feio), existe um Príncipe arrogante, mas que no fundo, tem um coração bom, existe a Grande Vilã e é ao redor destes três personagens que a série gira, tendo cada um deles, seu séqüito de personagens adjacentes, o que faz a historia girar.
A personagem de Betty é interessante porque ela foge do padrão americano que estamos tão acostumados. Assistir Betty é como assistir uma novela mexicana com Dolby Surround 5.0, em uma tv de alta definição, com uma maquiagem UM POUQUINHO mais leve e atuações MUITO ALÉM das que estamos acostumados en las otras tramas mexicanas.
América Ferrera é realmente um achado. Lembro-me dela em um filme com a menina de Gilmore Girls, sobre uns jeans viajantes. E me lembro que foi justamente a estória da personagem de América (o filme conta a estória de quatro amigas) que me fez chorar. A atuação dela me fez chorar. Ela faz uma Betty que não é exagerada como as roupas que veste. Ela consegue dar dignidade à sua personagem, ainda que a mesma esteja vestindo um micro-conjunto vermelho látex, tamanho 34. Ela consegue nos fazer rir e chorar ao mesmo tempo, pois as situações nas quais sua personagem é colocada são cômicas, mas ao mesmo tempo trágicas. Rapaz, conseguir se equilibrar na linha do tragicômico é algo que poucas, mas muito poucas pessoas conseguem fazer, e América Ferrera o consegue com maestria.
O Príncipe Arrogante é o meu há muito tempo querido Eric Mabius. Eu o vi pela primeira vez em Resident Evil, e o achei um tremendo gato. Que braço, caramba! Depois ele apareceu em The L Word e em outros papéis de menor destaque, mas sempre esteve na minha cabeça. Assisti-lo dar vida ao Príncipe Arrogante Daniel Meade, me faz muito feliz. Não é um papel muuuuito difícil, eu realmente acredito que nos próximos episódios ele poderá mostrar mais, pois, no Pilot, ele apenas mostrou a dubiedade de seu personagem, dividido entre sua necessidade de ser canalha e seu coração de ouro.
A Grande Vilã, personificada por Wilhelmina Slater (que nome!) interpretada pela também cantora, Vanessa Williams, é outra que parece ter sido tirada das tramas mexicanas. Seu olhar maléfico, suas maldades que dão errado, seu assistente malvado mas meio lesado, tudo está lá.
O elenco de apoio é excelente, rostos conhecidos de quem curte uma boa série, e merecem aplausos por ajudarem a historia a seguir um roteiro perfeito, sincronizado, com risos e lágrimas por parte do telespectador, do jeitinho que a emissora gosta.
E, o legal da historia, é que a intenção é mais do que clara. No presumível belo mundo da Revista Mode, por dentro, tudo é tão feio que é necessário que uma presumível feia apareça para sacudi-lo e transformá-lo. Como nos contos de fadas, nem sempre o que é belo é belo. Nem sempre o que é feio é feio. Como diz o ditado, “por fora bela viola, por dentro....”
Ugly Betty estreou no Brasil dia 07 de novembro, mas nos Estados Unidos já entra em sua segunda temporada, recheada de prêmios e excelente audiência. Sinal de que, mexicana ou não, a trama produzida por Salma Hayek (que, para os curiosos, é a atriz da novela que o sobrinho de Betty estava a assistir) agradou.
Ugly Betty é exibida todas as Quartas, às 20:00.

Nenhum comentário: