quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Uma grande atriz para um grande papel
Glenn Close é definitivamente uma das minhas atrizes favoritas. Infelizmente, a nova geração não conhece muito bem a magistral atriz de "Atração Fatal" ou "Ligações Perigosas" (este último filme eu recomendo altamente, é um dos meus favoritos de todos os tempos, vale a pena comprar em DVD).
Apesar de já ter comprovado ter talento lapidado, Glenn já foi indicada ao Oscar mas nunca levou a estatueta. Conforme o tempo foi passando, ela foi ficando relegada à papéis menores, enquanto 'coisas' como Catherine Zeta-Jones (uma grande canastrona, em minha opinião) ganham a estatueta que, dizem, premia os melhores. Glenn Close é uma das poucas melhores, e não tem aquele treco dourado.
Após fazer uma participação, como sempre, magistral em "The Shield", Glenn teve merecido reconhecimento, e voltou aos holofotes, tendo recebido o papel da advogada inescrupulosa, mas eficiente, Patty Hewes. A advogada é tem tudo aquilo que os advogados são famosos por terem: é impiedosa, ambiciosa e é capaz de tudo para conseguir vencer um caso. Eu, como futura advogada (:P) sei muito bem que esse tipo existe aos montes, mas, são esses tipos que fazem montanhas de dinheiro, pois ganham a qualquer custo. O dilema moral da série é incrível. Uma jovem com uma chama de Patty aparece na bonitinha mas inexpressiva Rosie Byrne, com sua Ellen. O grande dilema é esse, em uma guerra onde ambos os lados são sujos, vale tudo para vencer? Os dois lados estão errados, mas ambos se consideram certos, a ética será respeitada? Nunca, baby, nunca.
Ted Danson também está delicioso como aquele bilionário. É o tipo de personagem que a gente ama odiar. Mas, ele não é tão cruel quanto Patty. OU é?
O que foi aquela cena final, quando alguns dos pedaços do quebra-cabeças se forma para revelar que, as atrocidades que mais nos enojaram durante o episódio foram cometidas pela 'heroína' da série e não por seu 'vilão'?
A série me lembra "The Sopranos" (não por coincidencia, afinal, um dos criadores de Damages era roteirista frequente desta), onde todos estavam errados, todos estavam certos, todos eram bandidos, todos eram culpados), nós podemos ter simpatia pela personagem de Glenn justamente por ela ter os defeitos de Tony Soprano, e ainda assim, torcermos por ela. Tony Soprano foi um personagem que cometeu atos que nenhum herói que se preze cometeria, porém, foi amado e odiado nas mesmas proporções, e se tornou um mito na história da tv.
Patty Hewes tem o talento de Glenn Close para se apoiar, e um excelente time de roteiristas para fazer com que ela consiga o mesmo feito que o Tony Soprano de James Gandolfini conseguiu. E eu vou ficar aqui, aguardando ansiosa pelo próximo episódio de Damages. Que, como chocolate, é um delicioso pecaminoso prazer (que, não tem o dissabor de me engordar) :-)
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